quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

O corpo. Primeira "casa de mudanças"









Sentada de frente para a porta de vidro da sala de estar. Tendo as pernas esticadas, estranhei a presença dos joelhos. Não a sua forma ou cor, muito menos a sua função, mas a sua existência. Comecei a fotografar assim, como uma forma de tocar a capacidade de existir. Os joelhos eram uma parte da minha casa de mudanças, casa que eu conhecia e que conheço pouco, e, através desse exercício do olhar, me aproximei do seu silêncio. Todas os ensaios, todos os olhares sobre o corpo, fosse o meu ou o de alguém próximo (muitas vezes aproximado apenas pelo ato de fotografar), me deram esse silêncio. Fotografar assim, é uma forma de meditação.

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